Sob coordenação dos GTs 3.2 e 2.2 foi realizada recentemente a Comissão Oceanográfica Camadas Finas III (08/10-01/11/2012). O cruzeiro foi viabilizado através do Edital 01/2011-SEPED/MCTI, com a utilização do NHo. Cruzeiro do Sul, da Marinha do Brasil. O coordenador científico da Comissão, prof. Moacyr Araújo (também coordenador do GT3.2) informa que esta é a primeira vez em que uma quantidade significativa de informações biológicas, químicas e físicas foi obtida, simultaneamente, ao longo de uma extensão tão importante da pluma do Rio Amazonas. Os dados coletados permitirão ainda quantificar a evolução espacial do fluxo de CO2 na interface oceano-atmosfera, à medida que a pluma de água doce penetra no Atlântico tropical. Além de cientistas da UFPE, participaram do embarque pesquisadores da UFPA, UFRA, UFMA, UERJ e USP.
NHo Cruzeiro do Sul
Amostragem realizada durante a Comissão Camadas Finas 3 do inctAmbTropic
A primeira campanha oceanográfica do inctAmbTropic, iniciativa dos GTs 3.2 e 2.2, foi realizada com sucesso no período 16/09-05/10/2012 (Comissão Camadas Finas II). Os trabalhos aconteceram a bordo do NHo. Cruzeiro do Sul, pertencente à Marinha do Brasil (Edital 01/2011-SEPED/MCTI). Durante este período foram coletadas amostras de plâncton, nêuston, além da caracterização física e biogeoquímica das águas oceânicas adjacentes aos Arquipélagos de São Pedro e São Paulo, Fernando de Noronha e Atol das Rocas. Ao longo de todo o trajeto foram também realizadas medições contínuas de pCO2 na água do mar e na atmosfera. De acordo com Manuel Flores-Montes (GT3.2), coordenador científico da Comissão Camadas Finas II, os dados coletados possibilitarão a caracterização do efeito ilha sobre a dinâmica trófica local, incrementando assim a compreensão do funcionamento ecológico destes verdadeiros “oásis” marinhos. A figura abaixo mostra a distribuição espacial dos dados coletados.
Postagem submetida pelo prof. Moacyr Araújo
O fitoplâncton marinho é responsável por aproximadamente metade da produtividade primária global desempenhando importante papel nos ciclos globais do carbono, nitrogênio, fosforo e outros elementos.
No número mais recente da revista Science foi publicado um artigo (A Global Pattern of Thermal Adaptation in Marine Phytoplankton. Autores: Mridul K. Thomas, Colin T. Kremer, Christopher A. Klausmeier, and Elena Litchman) no qual os autores concluem que: “Rising temperatures have the strongest effect on tropical strains because tropical optima are close to current mean temperatures and thermal tolerance curves are negatively skewed. Small increases in temperature can therefore lead to sharp declines in growth rate. A decrease in diversity is likely to have a strong impact on tropical ecosystems, as biodiversity loss is a major cause of ecosystem change. One possible consequence is a decrease in tropical primary productivity, which could occur through two distinct mechanisms: the loss of highly productive species or a decrease in complementarity“.
A figura superior mostra a mudança na temperatura média anual, entre valores de regimes históricos (1991-2000) e regimes futuros previstos (2091-2100). A figura inferior mostra o percentual de mudança na diversidade entre regimes de temperatura históricos e previstos. Pode-se observar que a diversidade potencial é reduzida significativamente nos oceanos tropicais, apesar destas áreas experimentarem aumentos em temperatura relativamente pequenos.