Atualizado: 27 de ago. de 2020
No dia 21/12/2012 realizou-se nas dependências do Programa de Pós-graduação em Biologia Animal, Dep. Zoologia, CCB, UFPE , a defesa de Doutorado de Guilherme F. Gondolo. O trabalho estudou a conectividade genética e morfológica da Tainha, Mugil curema (Perciformes: Mugilidae) nos estuários do nordeste oriental do Brasil. O estudo utilizou marcadores de DNA nuclear e mitocondrial, além de morfometria geométrica.
Os principais resultados obtidos indicam ser bem possível que Mugil hospes e Mugil curema sejam a mesma entidade taxonômica e que M. curema esteja em um franco processo de diferenciação populacional exigindo assim, medidas particulares ne gestão deste recurso. Verificou-se ainda que a população de M. curema do estuário do rio São Francisco teve um papel histórico fundamental no suprimento de larvas para outros 2 estuários mais ao Norte. Portanto, medidas prioritárias de conservação do tipo “source-sink” devem ser implementadas nestas áreas.
Este foi o primeiro produto do item formação de recursos humanos do GT 2.3 do inctAmbTropic e foi orientado pelo prof. Rodrigo Torres coordenador do GT2.3 e teve como co-orientador Diego Astúa de Moraes. Em breve o exemplar estará disponível para download no portal do inctAmbTropic.
Defesa de Guilherme F. Gôndolo (camisa vermelha). O orientador, prof. Rodrigo Torres, aparece ao centro da foto.
ABSTRACT
Conectividade genética e morfológica de Mugil curema Valenciennes, 1836 (Teleostei: Mugilidae) ao longo da região costeira de Pernambuco e em estuários adjacentes do Nordeste oriental do Brasil Os padrões de estruturação populacional podem ser entendidos pela dinâmica das populações, e tal entendimento passa pela distinção de unidades evolutivas e compreensão dos padrões de conectividade. A tainha (parati), Mugil curema, objeto do presente trabalho, apresenta-se como modelo para estudos de conectividade populacional, uma vez que existem evidências consolidadas acerca da existência de um potencial complexo de espécies ou de populações disjuntas. Revelar o patamar de variação genética-morfológica da espécie, bem como descobrir como e em que nível a variabilidade genética se apresenta ao longo da região é o objetivo central do presente estudo. A espécie foi estudada nos estuários dos rios Potengi/RN, Paraíba do Norte/PB, Canal de Santa Cruz/PE, Formoso/PE, São Francisco/AL e Ribeira de Iguape/SP. A variabilidade genética foi acessada por PCR, pelo uso de marcadores moleculares PCR-RFLP do gene Citocromo Oxidase Subunidade I e ISSRs, foram observadas as histórias genético-demográfica da espécie na região, sendo desenvolvidas análises de agrupamento e mensurados parâmetros genético-populacionais. A diferenciação em tamanho e forma dos indivíduos foi realizada pela morfometria geométrica. Tanto os dados obtidos da região mitocondrial, assim como os colhidos da região nuclear do genoma da espécie evidenciaram alto grau de estruturação populacional. Em menor grau, mas também evidente, foi observada diferenciação morfológica entre os exemplares dos diferentes estuários. Pode-se concluir que as populações de Mugil curema encontram-se em processo de diversificação, sugerindo um possível complexo de espécies sob a denominação Mugil curema. Além disso, uma das populações deste complexo é genético-evolutivamente mais relacionada com Mugil hospes do que com duas outras populações da própria espécie. Perante os resultados obtidos, o manejo das populações de Mugil curema no litoral brasileiro deve ser abordado de forma muito cuidadosa e específica, uma vez que a diversificação populacional deste taxon é conspícua e de forma geral é notório que os seis estuários não podem ser regidos pelas mesmas ações e medidas para a conservação do estoque de tainhas.
Atualizado: 27 de ago. de 2020
Está disponível a partir de hoje no Journal of Marine Sciences o trabalho intitulado The influence of the Mackenzie River plume on distribution and diversity of marine larval fish assemblages on the Canadian Beaufort Shelf de interesse para os GTs 1.2 – Plumas Fluviais, 2.2 – Variabilidade Espaço-Temporal da Diversidade e Estrutura Trófica do Ambiente Pelágico na Plataforma Continental e 3.3 – Recursos Vivos do Atlântico Tropical e Ilhas Oceânicas.
Delta do rio Mackenzie River – Canadá. Imagem ENVISAT/MERIS Setembro 2009. Fonte http://www.dfo-mpo.gc.ca/Science/Publications/ipy-api/index-eng.html
Abstract:
In the Beaufort Sea, freshwater input from the Mackenzie River creates a relatively warm and turbid plume across the coastal shelf region. To determine the influence of this plume on marine larval fish abundance, distribution, and assemblages, we sampled larval fish during July and August of 2007 using 500 μm bongo nets on transects across the plume gradient at three sampling stations per transect, along with oceanographic measurements. Three larval fish assemblages were identified within three distinct oceanographic zones: intense plume, diffuse plume and oceanic. The intense plume assemblage was dominated by Saffron cod (Eleginus gracilis) and Pacific herring (Clupea pallasii); the diffuse plume assemblage was dominated by the Pricklebacks (sub-family Lumpeninae); and the oceanic assemblage was dominated by Arctic cod (Boreogadus saida). Even though there were differences in relative abundance of particular species among these areas, no significant differences in total abundances of larval fish were found.
Referência Completa: Sally Wong, Wojciech Walkusz, Mark Hanson, Michael H. Papst. The influence of the Mackenzie River plume on distribution and diversity of marine larval fish assemblages on the Canadian Beaufort Shelf Journal of Marine Systems, Available online 16 February 2013. http://dx.doi.org/10.1016/j.jmarsys.2013.02.004