Ente os dias 7 e 14 de abril de 2013, as equipes do GT2.2 Variabilidade Espaço-Temporal da Diversidade e Estrutura Trófica do Ambiente Pelágico na Plataforma Continental, do inctAmbTropic, realizaram campanhas oceanográficas simultâneas ao longo de 5 transectos na região Norte e Nordeste do Brasil, entre Salvador (BA) e a Foz do Amazonas.
Distribuição dos Transectos
Pela primeira vez, foram executadas nesta região campanhas na plataforma continental de forma simultânea, com métodos padronizados. Foram feitos arrastos de plâncton com malhas de 20, 40, 64, 200, 300 e 500 micrômetros, além de perfis de CTD e ADCP, coletas de água para Clorofila a, Ph, nutrientes, alcalinidade a balanço de CO2 (DIC/Talc). Este é o inicio de um monitoramento contínuo das condições no ambiente pelágico da plataforma continental nestas áreas, que durará pelo menos 3 anos.
Aspectos do Trabalho de Campo
Aspectos do Trabalho de Campo
Aspectos do Trabalho de Campo
Os coordenadores das campanhas foram Paulo O. Mafalda Júnior (UFBA), Eliane Cavalcanti (UFAL), Ralf Schwamborn (UFPE), Paula C. A. Silveira (UFMA), e Nuno F. A. C. Melo (UFRA). O GT 2.2. (“Ambiente Pelágico”), coordenado por Sigrid Neumann Leitão (UFPE) e Ralf Schwamborn (UFPE), conta também com a colaboração de Fernando Feitosa (UFPE), Moacyr Araújo (UFPE), William Severi (UFRPE) e Jussara M.M. Lemos (UFPA), entre outros. Os resultados preliminares desta primeira campanha serão discutidos em um “workshop” a ser realizado em Recife, nos dias 23 e 24 de maio de 2013.
Atualizado: 27 de ago. de 2020
No dia 21/12/2012 realizou-se nas dependências do Programa de Pós-graduação em Biologia Animal, Dep. Zoologia, CCB, UFPE , a defesa de Doutorado de Guilherme F. Gondolo. O trabalho estudou a conectividade genética e morfológica da Tainha, Mugil curema (Perciformes: Mugilidae) nos estuários do nordeste oriental do Brasil. O estudo utilizou marcadores de DNA nuclear e mitocondrial, além de morfometria geométrica.
Os principais resultados obtidos indicam ser bem possível que Mugil hospes e Mugil curema sejam a mesma entidade taxonômica e que M. curema esteja em um franco processo de diferenciação populacional exigindo assim, medidas particulares ne gestão deste recurso. Verificou-se ainda que a população de M. curema do estuário do rio São Francisco teve um papel histórico fundamental no suprimento de larvas para outros 2 estuários mais ao Norte. Portanto, medidas prioritárias de conservação do tipo “source-sink” devem ser implementadas nestas áreas.
Este foi o primeiro produto do item formação de recursos humanos do GT 2.3 do inctAmbTropic e foi orientado pelo prof. Rodrigo Torres coordenador do GT2.3 e teve como co-orientador Diego Astúa de Moraes. Em breve o exemplar estará disponível para download no portal do inctAmbTropic.
Defesa de Guilherme F. Gôndolo (camisa vermelha). O orientador, prof. Rodrigo Torres, aparece ao centro da foto.
ABSTRACT
Conectividade genética e morfológica de Mugil curema Valenciennes, 1836 (Teleostei: Mugilidae) ao longo da região costeira de Pernambuco e em estuários adjacentes do Nordeste oriental do Brasil Os padrões de estruturação populacional podem ser entendidos pela dinâmica das populações, e tal entendimento passa pela distinção de unidades evolutivas e compreensão dos padrões de conectividade. A tainha (parati), Mugil curema, objeto do presente trabalho, apresenta-se como modelo para estudos de conectividade populacional, uma vez que existem evidências consolidadas acerca da existência de um potencial complexo de espécies ou de populações disjuntas. Revelar o patamar de variação genética-morfológica da espécie, bem como descobrir como e em que nível a variabilidade genética se apresenta ao longo da região é o objetivo central do presente estudo. A espécie foi estudada nos estuários dos rios Potengi/RN, Paraíba do Norte/PB, Canal de Santa Cruz/PE, Formoso/PE, São Francisco/AL e Ribeira de Iguape/SP. A variabilidade genética foi acessada por PCR, pelo uso de marcadores moleculares PCR-RFLP do gene Citocromo Oxidase Subunidade I e ISSRs, foram observadas as histórias genético-demográfica da espécie na região, sendo desenvolvidas análises de agrupamento e mensurados parâmetros genético-populacionais. A diferenciação em tamanho e forma dos indivíduos foi realizada pela morfometria geométrica. Tanto os dados obtidos da região mitocondrial, assim como os colhidos da região nuclear do genoma da espécie evidenciaram alto grau de estruturação populacional. Em menor grau, mas também evidente, foi observada diferenciação morfológica entre os exemplares dos diferentes estuários. Pode-se concluir que as populações de Mugil curema encontram-se em processo de diversificação, sugerindo um possível complexo de espécies sob a denominação Mugil curema. Além disso, uma das populações deste complexo é genético-evolutivamente mais relacionada com Mugil hospes do que com duas outras populações da própria espécie. Perante os resultados obtidos, o manejo das populações de Mugil curema no litoral brasileiro deve ser abordado de forma muito cuidadosa e específica, uma vez que a diversificação populacional deste taxon é conspícua e de forma geral é notório que os seis estuários não podem ser regidos pelas mesmas ações e medidas para a conservação do estoque de tainhas.
Saiu publicado ontem (31/03/2013) no Jornal do Comércio de Pernambuco, reportagem de página inteira, focando pesquisas desenvolvidas pelo GT2.3 Genômica, Proteômica e Biodiversidade, sobre os resultados obtidos na 1a fase de uma análise de dano genômico, erosão genética putativa e conservação do Cardisoma ganhumi nos ecossistemas estuarino/manguezal do Estado de Pernambuco. O projeto é coordenado pela Vice-Coordenadora do GT2.3, Dra. Mônica L. Adam, e conta com a participação de Caio Falcão, aluno de doutorado da UFPE, orientado pelo Prof. Dr. Rodrigo Torres, coordenador do GT2.3.
Reportagem do Jornal do Comércio – Recife de 31/03/2013
Guaiamum, um dos itens da culinária brasileira, sofre mutações genéticas por causa da contaminação (Fonte: Jornal do Comércio)